O futebol nas olimpíadas

 

O torneio masculino é a única modalidade olímpica a "restringir" a participação de atletas. Isso porque a FIFA teme que o torneio olímpico de futebol possa competir em importância com a Copa do Mundo. Por outro lado, o Comitê Olímpico Internacional tem receio que as outras competições entrem em caráter secundário para a mídia, ofuscadas pelas grandes estrelas dos gramados.

 Além disso, o Torneio Olímpico de Futebol não consta como uma Data Fifa, o que significa que os clubes não estão obrigados a liberarem seus jogadores para este torneio."A liberação de jogadores acima dos 23 anos não é obrigatória, segundo o regulamento da Fifa. (...) Devido à importância do Torneio Olímpico para o movimento esportivo em geral e para o futebol em particular, o Comitê Executivo da Fifa, apelou para a solidariedade dos clubes, para que cedam estes atletas."[2] Fifa, sobre a cessão de atletas ao Torneio Olímpico de Futebol, por meio de comunicado. Por conta dessa "restrição", o torneio masculino é a competição de futebol mais imprevisível, com medalhas conquistadas por países como Japão (bronze em 1968), Gana (bronze em 1992), Nigéria (ouro em 1996, prata em 2008 e bronze em 2016), Camarões (ouro em 2000), Chile (bronze em 2000), Paraguai (prata em 2004) e Coreia do Sul (bronze em 2012). Por outro lado, o Brasil, maior ganhador de Copas do Mundo, com cinco títulos, veio a conquistar a sua primeira medalha de ouro somente em 2016. Em 2020, ganhou o bicampeonato, tendo obtido anteriormente as medalhas de prata em 1984, 1988 e 2012 e de bronze em 1996 e 2008. Com o seu primeiro ouro conquistado em 2016, o selecionado brasileiro passou a ser o mais laureado da história da competição masculina (à época com 6 medalhas, 1 de ouro, 3 de prata e 2 de bronze), e aumentou a distância para o segundo colocado neste quesito com o segundo ouro conquistado em 2020 (com 7 medalhas, o Brasil tem 4 a mais que o segundo colocado), embora não seja a que tem mais ouros, e por isso não aparece no topo do quadro de medalhas do torneio masculino. Além disso, com a vitória conquistada na semifinal de 2016, diante da Seleção de Honduras, a Seleção Brasileira Olímpica de Futebol passou a ser a que tem o maior número de vitórias no torneio olímpico: 34 vitórias em treze participações.

 Reunificada em 1990, a atual seleção da República Federal da Alemanha jamais conquistou a medalha de ouro. Outra grande potência da modalidade com quatro títulos mundiais, o país classificou-se para o torneio pela primeira vez em 2016, edição na qual conquistou a medalha de prata. A extinta Alemanha Oriental, socialista e de futebol amador, conquistou o ouro em 1976, na época do chamado "amadorismo de fachada" dos países do Leste Europeu, ganhou também uma prata e um bronze; enquanto isso a antiga Alemanha Ocidental, capitalista e com seu futebol profissional teve rendimento pequeno: conseguiu apenas uma medalha de bronze, em 1988.

 Nas Olimpíadas de 1964, os dois países competiram esportivamente unidos com o nome de Alemanha Unificada, mas na modalidade futebol foi representada pela Alemanha Oriental, que ficou com a medalha de bronze. Alemanha Ocidental e Oriental tinham federações de futebol diferentes e independentes. A partir de 1996, o futebol feminino também é disputado, com dominância dos Estados Unidos da América, que esteve presente em todas as finais até 2012 e só não levou o ouro em 2000, perdendo para a Noruega. Na edição de 2016, pela primeira vez, as norte-americanas não disputaram medalhas. 

Elas foram superadas pela Suécia nas quartas de final, na disputa de penalidades. Com a seleção americana eliminada, e a Noruega fora do torneio, a Alemanha se sagrou a terceira campeã do torneio. Desde que o torneio feminino foi incluído no programa olímpico, nunca houve uma dobradinha - ou seja, o mesmo país conquistar a medalha de ouro tanto no masculino quanto no feminino. O país que chegou mais perto foi a Alemanha, que em 2016 conquistou o ouro no feminino e a prata no masculino. Se for incluído também o torneio feminino, o Brasil continua sendo o país mais laureado no futebol olímpico, com 8 medalhas conquistadas, embora não apareça no topo do quadro de medalhas por conta do número de ouros obtidos. 

Desde 1972 a Grã-Bretanha não participa do torneio olímpico de futebol, já que a Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales disputam a olimpíada defendendo uma única bandeira, e o futebol na Grã-Bretanha não tem um órgão regulador único (esses países disputam torneios da FIFA separadamente). Apenas a English Football Association (FA) é afiliada à British Olympic Association (BOA), e a FA inscreveu times da "Grã-Bretanha" nos torneios de futebol até 1972. Em 1974, a FA aboliu a distinção entre "amador" e "profissional", e parou de entrar nas Olimpíadas. Embora a FIFA tenha permitido profissionais nas Olimpíadas desde 1984, a FA não voltou a entrar, já que as nações nacionais temiam que uma equipe olímpica britânica unida abrisse um precedente que poderia levar a FIFA a questionar seu status separado em outras competições da FIFA e no o International Football Association Board. 

Quando Londres foi escolhida para sediar os Jogos de 2012, houve pressão sobre a federação inglesa para exercer o direito automático da nação anfitriã de colocar uma equipe em campo. 

Em 2009, o plano acordado pela FA com a FA galesa, a FA escocesa e a FA irlandesa era apenas colocar jogadores ingleses; no entanto, a British Olympic Association rejeitou isso[16], e, em última análise, havia jogadores galeses no time masculino e escoceses no time feminino. 

 Na estreia das seleções britânicas masculina e feminina de futebol nos Jogos Olímpicos de 2012, atletas não ingleses recusaram-se a cantar o God Save the Queen (Deus salve a Rainha, em inglês), o hino nacional britânico. Na equipe feminina, Kim Little e Ifeoma Dieke, ambas escocesas, foram as que não cantaram e, na equipe masculina, quem não cantou foram os galeses Ryan Giggs e Craig Bellamy. 

A atitude dos atletas foi muito criticada por torcedores do Reino Unido. Após os jogos de 2012, a FA decidiu que nenhuma equipe seria inscrita nos torneios masculinos subsequentes, mas estava aberta para colocar uma equipe feminina novamente. Para o torneio de 2020, a FIFA declarou que a seleção feminina do Reino Unido (não aplicável à seleção masculina do Reino Unido) pode entrar nas Olimpíadas depois que as quatro federações concordarem, dependendo do desempenho da seleção feminina inglesa na Copa do Mundo Feminina da FIFA 2019 (que serve como qualificação europeia para as Olimpíadas). 

A era moderna e equipes "sub-23" Jogos de 1984 e 1988 

A discrepância de forças estava gerando um desinteresse do público. Isto fez com que, para os Jogos de Los Angeles 1984, o Comitê Olímpico Internacional (COI) admitisse uma mudança na regra para aumentar o interesse no esporte. A partir de então, foram admitidos jogadores profissionais.


 Ocorreu, então, um acordo entre a FIFA, que não queria que as Olimpíadas “disputassem” com a Copa do Mundo, e o COI, definindo que jogadores que não tivessem participado da Copa do Mundo pudessem disputar as Olimpíadas. Muitas delegações em campo levaram equipes jovens, incluindo a Seleção Francesa de Futebol, que em 1984 ganhou o título olímpico.

Equipes "sub-23" 

A partir dos Jogos de 1992, em Barcelona, somente jogadores com menos de 23 anos puderam ir as Olimpíadas representar seus países no futebol masculino. Quatro anos depois, outra regra foi introduzida e três jogadores acima dos 23 anos puderam fazer parte da equipe olímpica. Assim, o torneio olímpico passou a ser uma espécie de complemento para outros de base geridos pela FIFA, como os Mundiais Sub-20 e Sub-17. 

Este novo formato permite que, em tese, as equipes de todo o mundo possam competir de forma igual. Os países africanos, porém, acabam se aproveitam desta regra (assim como nos outros campeonatos de base), muito por conta das adulterações de idade, que acabam fazendo com que este atleta se sobressaia fisicamente.

 Por conta disso, desde então é comum ver resultados expressivos para algumas seleções africanas no torneio olímpico. Não por acaso, 1992 entrou para a história por conta da primeira medalha de um país africano: os ganeses faturaram o bronze após vencerem a Austrália. 

Seleção Britânica medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres, 1908

E nos dois torneio seguintes (1996 e 2000), Nigéria e Camarões, respectivamente, conquistaram a medalha de ouro. Após os Jogos Olímpicos do Rio-2016, os membros do comitê organizador do torneio olímpico de futebol e a Fifa ficaram convencidos de que a competição não tinha mais condições de permanecer neste modelo, no que diz respeito aos critérios de inscrição de jogadores. Como o calendário olímpico conflita com o começo da temporada no Velho Continente, os clubes europeus já deixaram bem claro que veem como mais interessante diminuir a idade dos participantes. Por isso, chegou-se a cogitar mudanças. 

Resultados 

O futebol foi torneio de exibição nos Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1904, sendo posteriormente considerados pelo COI como oficiais e contando para o quadro de medalhas.

A FIFA não considera os torneios como oficiais já que clubes representaram os selecionados nacionais. O torneio de futebol não foi disputado apenas na primeira edição dos Jogos, em 1896, e em 1932 quando a FIFA não tinha conceitos de amadorismo claros. Em 1916 (Olimpíadas canceladas devido à I Guerra Mundial), 1940 e 1944 (II Guerra Mundial) os Jogos Olímpicos não se realizaram.

                                             wikipédia

            Pesquisa: Max Sanders Smith

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